MAIO é TANTO MAR…
O Tanto Mar - Festival Internacional de Artes Performativas de Loulé, é um tempo de partilha e festa, em que a língua portuguesa é o fio estrutural. Pela sexta vez, Loulé será o centro das artes performativas em Portugal, recebendo grupos e convidados vindos de Cabo-Verde, Guiné-Bissau, Angola, Brasil, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Portugal, várias latitudes onde o português, com cambiantes que alargam e enriquecem léxico, semântica e sintaxe, permite a troca de conhecimentos, experiências, culturas e memórias.
Memórias, sem amnésia, que questionam o passado e o presente de povos que têm não uma História em comum – a oficial -, mas uma polissémica historiografia esquecida, ou ocultada, que importa abordar, sem preconceitos, pois há feridas que ainda não cicatrizaram e não cicatrizarão com o sal que lhe lançam, nostálgicos do passado colonizador, arautos de pseudo-supremacias, em nome da liberdade de expressão, que nunca toleraram, nem tolerarão.
O Tanto Mar é uma co-produção da “folha de medronho – associação de artes performativas de Loulé e da Câmara Municipal de Loulé.
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PROGRAMAÇÃO
“CABRAL, A ÚLTIMA LUA DE HOMEM GRANDE”
Dramaturgia de Flávio Hamilton a partir do romance de Mário Lúcio Sousa
Coprodução Sikinada Cia. de Teatro (Cabo Verde) e Teatro Art'Imagem (Portugal)
Teatro | Duração 70 min. | M / 12
"Um homem, cuja identidade não se pode precisar de forma clara, irrompe a cena. Está tudo calmo. Tem, contudo, a súbita impressão de que é atingido. Algo lhe diz que a hora chegou. Que hoje é o seu último dia. A sua lua derradeira. Homem Grande encontra-se sereno, consciente que morrerá, de pé, como uma árvore secular. O relógio, omnipresente, vai impondo a sua matemática de subtração, indiferente a tudo, estabelecendo a ordem dos acontecimentos. Chegou a hora de todas as horas. Medo? Nem por isso. Ele nunca foi deste mundo; soube-o desde sempre.”
21 DE MAIO | 21H00 | CINETEATRO LOULETANO
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“DANÇAS DE LÁ_CORPOS DE CÁ” _Workshop com a bailarina e coreografa cabo-verdiana Bety Fernandes
Movimento | Duração 50 min. | M / 03
“Uma jornada de autoconhecimento e celebração da cultura cabo-verdiana. Neste workshop, vamos explorar a riqueza da dança tradicional através de movimentos que conectam o corpo e alma, mergulhar na história e nos ritmos que moldaram a identidade cabo-verdiana, libertar o seu corpo ao som do funaná, cola sanjon, batuque e coladeira. Uma experiência para nos conectarmos e celebrando a diversidade cultural, as emoções e a vida através dos movimentos da dança tradicional.”
22 DE MAIO | 11H | PÁTIO DO CONVENTO ESPÍRITO SANTO - LOULÈ
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“LÁGRIMAS DE SANGUE”
Cia. de Artes Luzes ao Palco (Lubango / Angola)
Performance | Duração 45 min. | M / 12
“Na sequência do derrube da ditadura em Portugal abriram-se perspectivas imediatas para a independência de Angola.
O novo governo revolucionário português abriu negociações com os três principais movimentos de libertação. Muito antes do Dia da Independência, a 11 de Novembro de 1975, já os três grupos nacionalistas que tinham combatido o colonialismo português lutavam entre si pelo controle do país, e em particular da capital, Luanda.
Cada um deles era na altura apoiado por potências estrangeiras, dando ao conflito uma dimensão internacional. A independência de Angola não foi o início da paz, mas o início de um novo capítulo de um livro manchado de impressões digitais avermelhadas.
Que viera a terminar em 2002, quando a 4 de Abril protocolarmente se assinavam os acordos de plena paz.”
22 DE MAIO | 21H00 | CINETEATRO LOULETANO
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Exibição de “membrana”, de Irina Oliveira e José Azevedo
Documentário experimental | Duração 20 min. | M / 06
Projecção do Documentário Experimental de Irina Oliveira e José Azevedo - dois jovens artistas multidisciplinares que, no âmbito da residência artística EntreMares’25 produzida pela “folha de medronho” estiveram em Loulé durante 3 semanas para a concepção de um vídeo documentário a integrar na programação do Festival Tanto Mar. O resultado foi “membrana”, o mar experienciado como um espaço intersticial fluido.
23 DE MAIO | 15h | Galeria Alfaia
24 DE MAIO | 10h30 às 18h | Galeria Alfaia
24 DE MAIO | 21H00 | CINETEATRO LOULETANO
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“O DESESPERO”
Grupo de Teatro do Oprimido – Guiné-Bissau
Dança | Duração 50 min. | M / 12
O espetáculo retrata realidades, metaforizadas. Dois momentos são referenciados para reavivar o passado e refletir sobre o presente.
Em Gui-Bis, após a morte do Balenti, responsável pela gestão da coisa pública, a comunidade concentra-se para o ritual cerimonial e a ocasião serve para a escolha de seu substituto, com a indicação de “djongagu” (construção feita de ramos e folhas de uma planta específica, na qual se acredita ter a visão das coisas). Insatisfeito e sem qualquer justificação, o Régulo nega a indicação do “djongagu” e o voto comunitário, situação que gera descontentamento no seio da comunidade. Entre as atrocidades cometidas no passado, a peça relembra N’Toni e N’Fulna, combatentes pela libertação da Gui-Bis, mortos por se terem expressado contra o regime.
23 DE MAIO | 21H00 | CINETEATRO LOULETANO
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“SHOW TABULEIRO”
Criação e idealização Roberto Brito, Neila Khadi, Moisés Victório
Grupo Roberto Brito & Moisés Victório (Salvador da Bahia, Brasil)
Música | Duração 60 min. | M / 06
Dispostos à criação de um novo projeto musical, os artistas baianos Roberto Brito e Moisés Victório, desaguam em uma nova empreitada, convergindo suas pesquisas, intuições e experiências individuais. Juntos, idealizaram e produziram o Show Tabuleiro, espaço poético que possibilita o diálogo entre a música orgânica, autoral e eletrônica. Regado de diversidade, invencionices, prosas, rimas e muito “jogo de cintura” o tabuleiro desses baianos conecta tradição e inovação, e cada som é uma homenagem à rica herança cultural que carregam.
24 DE MAIO | 21H30 | CINETEATRO LOULETANO
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