‘Quando uma obra de arte — seja uma peça, um quadro, um livro – está em circulação, deixa de ser capaz de adentrar a realidade, ou a nossa concepção da realidade. Os executantes sabem secretamente que a realidade é apenas uma ficção, e morrem de medo de que as concepções ilusórias da realidade ganhem espaço.
Lançam mão de todos os meios para defender o terreno dos factos em que temos de viver, ou em que acreditamos ter de viver. As obras de arte não têm uma função, têm um efeito, na medida em que cancelam o efeito gravitacional do velho. O que experienciamos como realidade é sempre o produto da tradição. A arte, ao invés, existe basicamente na esfera do não-tradicional’. [Heiner Müller]
SIRIUS [Yaw Tembé & Monsieur Trinité] |
‘Yaw Tembe é músico [trompetista, principalmente, mas multi-instrumentalista], escultor, poeta e artista de rua. Nascido na Suazilândia no final dos anos 80, mas a residir em Lisboa, é dos mais promissores e talentosos músicos em território nacional a operar num processo de autoconhecimento e busca de uma linguagem própria, tendo nos últimos anos colaborado com uma miríade de improvisadores portugueses. Dessas muitas colaborações, o duo Sirius, com o percussionista e improvisador Monsieur Trinité [Francisco Trindade] é talvez a face mais visível: com ecos de grandes figuras que fizeram do processamento do som da trompete um novo caminho para a expansão sónica do instrumento [como o incontornável Jon Hassell], e reminiscências da free music comunitária norte-americana do início do milénio ou das viagens kosmische dos grandes nomes alemães da década de 70, a música de Sirius, totalmente improvisada, possui desde muito cedo uma identidade vincada, de subtil complexidade, que o futuro se encarregará de confirmar.’ [Out.fest]
cleanfeedrecords.bandcamp.com/album/acoustic-main-suite-plus-the-inner-one
LORENZO ABATTOIR | Artista sonoro residente em Turim. Um elemento-chave de seu trabalho é a relação entre actos performativos e métodos incomuns de processamento de áudio, com foco principalmente no uso de microfones, apagando os limites entre instrumentos musicais e dispositivos de gravação. Explora os limites do som usando vários tipos de técnicas de respiração, movimentos e objetos amplificados como instrumentos para estruturar os seus concertos.
Nos últimos anos, gravou e lançou trabalhos em colaboração com: Hermann Kopp, Alexey Tegin, Giovanni Lami, Freddie Murphy, Francisco Meirino e Simon Whetham.
Os seus concertos foram apresentados em diversos locais e festivais, como: Cafe OTO [Londres], Instant Chavirès, [Paris] A4 [Bratislava], Centro Cultural DOM [Moscou], Unsafe+sound Festival [Viena], Festival de Cinema LUFF [Lausanne], Ende Tymes Festival, [Nova York].
Também trabalha na área de arte contemporânea, criando instalações sonoras e compondo bandas sonoras para espetáculos teatrais apresentados na Bienal de Veneza de 2020 e no Festival Roma Europa de 2022.
nubprojectspace.bandcamp.com/album/mess-akt-iv | thequietus.com/quietus-reviews/lorenzo-abattoir-mess-akt-iv-review | licheni.nubprojectspace.com/lorenzo-abattoir | cafeoto.co.uk/artists/lorenzo-abattoir
Entrada | 07 euros [à porta na noite do concerto]
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