dança
C.C. (Crematística e Contraforça)
Vera Mantero & Cúmplices
“Só o corpo é capaz de saltar por cima da diferença conservando a diferença” — José Gil
Terra Indígena Sete de Setembro. Olhando para o mapa, que se trata de uma fotografia de satélite, podemos observar a crematística desenfreada que rodeia esta como tantas outras terras indígenas, na Amazónia como em outros lugares do planeta. Estas populações indígenas mantêm a floresta de pé. E o que mantém o seu espírito de pé? Multiplicidade, Contraforça, Dupla Cidadania, Junção de Opostos, Incandescência, Encantamento, Símbolo: palavras que são agora quase mantras, noções que vêm pululando os processos atravessados por Vera Mantero e os seus convidados desde 2021, desde a peça O Susto é um Mundo, passando por Um pequeno exercício de composição (2023) e mais recentemente por __chãocéu | (2024). Trabalhos onde se criam fricções entre diferentes categorias, oscilações entre diferentes âmbitos, incandescências no cruzamento de diferentes esferas e domínios, e que nos colocam no limiar do inconsciente, permitindo-nos uma quase entrada no mundo dos sonhos. As figuras abstratas e os símbolos cruzam-se lado a lado com ações comuns do dia a dia, os corpos transmutam-se no cruzamento com os objetos e a palavra poética. É nestes cruzamentos e nestas contraforças que se ensaia a nossa capacidade de mudança, a tradução de uma energia destrutiva numa energia de abertura e despojamento, pontos fulcrais que continuarão a ser trabalhados em C.C. (Crematística e Contraforça).
Vera Mantero estudou dança clássica com Anna Mascolo e integrou o Ballet Gulbenkian entre 1984 e 1989. Tornou-se um dos nomes centrais da Nova Dança Portuguesa, tendo iniciado a sua carreira coreográfica em 1987 e mostrado o seu trabalho por toda a Europa, Argentina, Uruguai, Brasil, Chile, Canadá, Coreia do Sul, EUA e Singapura. Desde 2000 dedica-se também ao trabalho de voz, cantando repertório de vários autores e co-criando projetos de música experimental. Em 1999 a Culturgest organizou uma retrospetiva do seu trabalho até à data, intitulada Mês de Março, Mês de Vera. Representou Portugal na 26ª Bienal de São Paulo 2004, com Comer o coração, criado em parceria com Rui Chafes. Em 2002 foi-lhe atribuído o Prémio Almada (IPAE/Ministério da Cultura) e em 2009 o Prémio Gulbenkian Arte pela sua carreira como criadora e intérprete.
Direção artística, co-criação e interpretação Vera Mantero
Assistência à direção artística David Marques
Co-criação e interpretação Henrique Furtado Vieira, Joana Manaças, Paulo Quedas, Teresa Silva
Criação musical e desenho de som João Bento
Cenografia João Ferro Martins
Figurinos Marisa Escaleira
Desenho e operação de luz Joana Mário
Produção O Rumo do Fumo
Produção executiva e difusão João Albano / O Rumo do Fumo
Coprodução DDD - Festival Dias da Dança, Culturgest, Cineteatro Louletano, Teatro Académico de Gil Vicente
Coprodução em residência O Espaço do Tempo
O Rumo do Fumo é uma estrutura financiada por República Portuguesa | Cultura/ Direção Geral das Artes
auditório TAGV
duração aprox. 1h00
M6
+ conversa no final
€10
€7
Bilheteira / atendimento presencial
segunda a sexta-feira 17h00 — 20h00; em dias de eventos 1 hora antes / até meia hora depois; encerrada aos sábados, domingos e feriados
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