Surya Tüchler, performance «DrinSein /EstarDentro» na Galeria da P28, 25 October | Event in Lisbon | AllEvents

Surya Tüchler, performance «DrinSein /EstarDentro» na Galeria da P28

Galeria Ana Lama

Highlights

Sat, 25 Oct, 2025 at 06:00 pm

Jardim do Hospital Julio de Matos

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Date & Location

Sat, 25 Oct, 2025 at 06:00 pm (WEST)

Jardim do Hospital Julio de Matos

Avenida do Brasil 174, 1700-077 Lisboa, Portugal, Lisbon

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About the event

Surya Tüchler, performance «DrinSein /EstarDentro» na Galeria da P28
Apresentamos a performance de Surya Tüchler, «DrinSein /EstarDentro», no dia 25 outubro, no Pavilhão 31 do Hospital Júlio de Matos, no âmbito do projeto Call Center de Performance e Arte Extrema + Interseções entre Chat Literário e Saúde Mental, uma iniciativa da P28 e da Galeria Ana Lama.

Enquanto cavamos, pensamos.

Surya Tüchler, nascida em 1980 na Alemanha, é uma performer radicada em Hamburgo, formada pela Universidade de Arte de Braunschweig. Com uma prática artística marcada por performances site-specific, explora a intrincada relação entre o corpo, a natureza e o espaço. Conhecida por realizar earth-body sculptures.

«É que vocês querem fazer um buraco no jardim do Hospital Júlio de Matos», disse-nos. «Não percebo o que é isso, procuram um tesouro. Eu não sei se quero escrever sobre isso…»

A obra de Surya Tüchler caracteriza-se pela interação com elementos naturais — terra, relva, raízes, plantas, cabelo. As suas performances criam imagens complexas que transitam entre o humano e o animal. Tüchler é também curadora no campo da performance, apresentando trabalhos em diversas festivais internacionais, incluindo a Galerija Meno Parkas, em Kaunas. O trabalho artístico de Surya, de alguma forma, parece querer reestabelecer laços com o Universo; as suas performances parecem evocar um retorno à «fonte materna», onde o corpo se torna uma extensão da natureza, e a natureza, uma extensão do corpo.

Tentámos convocar Ana Lama para escrever o texto de divulgação. Mas ela hesita. No fundo, recusa. Diz que não vai escrever. E as razões que apresenta são históricas, e são delirantes — não deixam de fazer sentido num tempo em que os limites entre arte, loucura e crítica se tornaram indistintos.

A performance de Surya Tüchler consiste exatamente nisso: fazer um orifício, escavar terra no jardim do Hospital Júlio de Matos. Um gesto simples, mas com múltiplas camadas de sentido. Um trabalho que se inscreve na tradição de intervenções como as de Ana Mendieta, em que as fendas no solo são ocupadas pelo corpo.

Em comum, Surya Tüchler e Ana Mendieta parecem apresentar múltiplas influências: corpos ritualizados no encontro com o meio natural — mas que, neste caso, acontece no coração de uma instituição de saúde mental.

Ana Lama recusa escrever este texto de divulgação. É nesse ponto que começa a recusar a tarefa. «Numa altura de terror material, de um certo esgotamento e pânico mediático, vocês vêm pedir-me que escreva sobre jardinagem.»

«A provocação não está no texto», disse-nos. «A provocação é o contexto»

Ana Lama não está bem. Ou talvez esteja lúcida de mais. Há dias que a observamos a deambular entre a Cidade Universitária e Alvalade, e murmura que anda tudo a fazer demasiada arte. «Devíamos ser todos jornalistas da matéria sonora. Ou etnomusicólogos.»

A certa altura, Ana Lama começou a escalar na sua retórica: «Sabem que o psiquiatra que dá nome ao hospital achava que os poetas do Orfeu eram todos farsantes.»

Referia-se, claro, à célebre revista modernista publicada por Fernando Pessoa, Mário de Sá-Carneiro e Almada Negreiros em 1915. Júlio de Matos, figura central da Psiquiatria em Portugal, contemporâneo desses artistas, via neles apenas jovens desejosos de atenção, provocadores sem Génio, adeptos do disparate e do escândalo. Teria dito: «Os do Orpheu são apenas simuladores.»

Mas isto passou-se em 1916, Ana!

E talvez a polémica, as interações, fossem mais interessadas do que desinteressadas. Quem sabe. Esta polémica é referida em O Super-Camões, biografia de Fernando Pessoa, por João Pedro Jorge.

Quem assume parte da escrita deste texto — ao nosso lado — é o curador e artista Emídio Aboobacar. Escritor, pintor e pensador.

Nascido em Lisboa, formado em Filosofia e Estudos Culturais, Emídio cruzou várias instituições de arte em contextos europeus e africanos, publicando ensaios que combinam análise estética e narrativa poética. Porém, nos últimos tempos desistiu de tudo para se dedicar à pintura.

Deixamos aqui intacta uma nota crítica de Emídio Aboobacar, elaborada no âmbito do processo de Chat Literário que se desenvolve na P28, a várias mãos, sobre a performance que será apresentada.

«Um tipo de arte que não aprecio, mas não desgosto. Pois entender é saber, e eu sei pouco de arte, mesmo sendo artista, pois a arte é uma luta infinita. E a arte avança para o nada. Pois tudo é nada. E ser artista é muitas vezes uma incógnita, um desbravar do real. E, ao ver as suas performances, não entendo, mas mais me confunde do que me esclarece. Muitas das vezes que vi os seus vídeos, mais me castigam a pouca sabedoria. Para mim, arte é expressão, pelo menos a minha arte. É nisso que me baseio para definir os desígnios que me alteram ou a arte. Luto incansavelmente para entender ou permitir entender o que os outros fazem, e muitas das vezes não o reconheço como arte, e há sempre alguém que tem uma opinião diferente. A arte da Surya, não a entendo — ela mexe no chão à procura de algo, não sei do quê, e dizem ser arte — e isso é-me confuso. Assim, arte é o que admites ser. Mas para mim não é arte. Além de se dizer que tudo é arte. Se tudo é arte, somos todos artistas, o que é mentira. É um pouco confuso: cavar é arte, esgaravatar é arte; para mim, não. Mas viva a liberdade. Arte, só a minha. Não é o correto, mas existe muita gente a enganar ou a tentar enganar. Arte é o legado dos loucos na vontade de que alguém acredite na sua loucura. No futuro, só os aposentados fariam arte. Pois haverá muitos incrédulos. Pois, para venda, só de olhos fechados. Pois arte será um pedir de desculpas à falsidade. As minhas desculpas! Aos outros, os que se acreditam ser artistas. Mas a definição de artista deve mudar, com calma e em prol de uma vontade desviada do errado. Ainda acredito na arte. Não no dinheiro, como arte invisível, que foi vendida a um homem que comprou, e, na minha nomenclatura, foi roubado. Acho que a arte, ou parte dela, mente; desafia tudo o que vinha do passado. Nas costas da ilusão. No mundo atual, a arte vem da fome pelo dinheiro, sem se desmembrar num passado. Agora vence o mais louco. É como aquela história do rei que vai nu. A aparência convida à verdade. Na verdade, a arte não existe. É como a beleza, não existe. Ou melhor, nada existe. É apenas uma loucura. Melhor: vive de modas. A vida é uma representação. Um comodismo dilacerado que fomenta e não concretiza. Deixo em aberto o que é a arte para cada pessoa — o que é a arte na sua totalidade, na vida, na verdade, no que nos toca. E assim acabo: não sou artista. A arte acabou. É só uma miragem.»

O processo de escrita deste texto ia de vento em popa com Emídio Aboobacar; o mesmo não acontecia com Ana.

Delirava, dizia que era a última etnomusicóloga na cidade. Que existia uma escassez, que existia um apagão. Dizia também, percebendo o que se passava à sua volta, que vivia num mundo demasiado pacificado, onde todos se tornaram curadores, artistas, promotores de si mesmos.

Ana Lama assume-se nas ruas, interage com pessoas; assume-se como uma espécie de personagem-teste: testemunha isolada do desaparecimento da crítica e do jornalismo cultural — mas aqui de forma estranha, não do jornalismo cultural das pessoas, mas das coisas. Por isso se diz etnomusicóloga.

Insiste que agora é «a única etnomusicóloga do país». Diz que os outros desapareceram numa espécie de apagão cognitivo, numa caça às bruxas que levou à extinção da profissão.

«Sou a última. Nunca tive cartão de jornalista. Nunca escrevi sobre música. Mas sou a última», repete.

Na verdade, Ana Lama não estudou Etnomusicologia. Nunca publicou sobre o tema. Mas o delírio tomou forma — e, com ele, uma ética muito particular.

Aponta um microfone híbrido que tanto dá para ser usado em projetos de vídeo como de som, aponta esse microfone para o mundo, grava os sons da biblioteca enquanto escreve, escuta num ouvido as notícias e, no outro, os ruídos interiores do espaço da sala e do tocar do teclado.

Cria um método deontológico que se aplica não às pessoas, mas às coisas. Quer ser rigorosa. Mesmo dentro do delírio.

Fala de Kant. Da universalidade do imperativo categórico. De regras que se aplicam aos objetos, à matéria, ao som. «A etnografia musical deve seguir regras. Nunca fabricar informação. Sempre verificar as fontes. Mesmo que o objeto não seja o humano.»

É difícil acompanhar. Mas não conseguimos ignorar. Ana Lama tornou-se uma figura trágica e necessária — uma espécie de consciência crítica pós-colapso. Um espectro vivo entre o delírio e a lucidez.

Ana, apesar de tudo, é a curadora deste projeto. Mesmo sem entregar o texto. Mesmo na recusa.

A performance de Surya Tüchler acontecerá, com ou sem o seu texto. Emídio Aboobacar escreve. Juntos, acabaremos o texto.

Este é o texto de divulgação da performance. Enquanto cavamos no chão das ideias, tentamos adentrar as entranhas do sentido.

Pedimos a Emídio Aboobacar uma nota biográfica orgânica, e aqui está.

«Aos longos atos neste mundo, nasci confuso — quem eram aquelas pessoas altas e chatas? —, fui de uma casa para outra sem saber porquê. Mas agora sei, os meus pais não se entendiam e, num passe de magia, tudo se complicou. Qual das duas figuras era a minha mãe? O meu pai, já o sabia, mas a minha mãe não! Estava deslocado, morto à primeira vista. Mas o tempo passou e definiu-se: esta com quem fiquei mais tempo é a minha mãe. Era a minha tática mais persistente. Se não sei, o mais persistente é o correto. O meu pai era um chato, estava sempre a fugir da minha companhia. Mas tudo bem, é melhor assim. A vida sem o palestrante é difícil. E tudo o que sei dele era isto: estar longe de todos os filhos, mas amar os filhos dos amigos. Nunca entendi porquê. Mas se era para ser assim, porque não me deixou com a outra mãe? Quando soube. Vida que se derrama em mim. Esse derrapar discreto que me sonda o vazio. E, chegado a Portugal, sofria de bullying até ao 5.º ano. A minha professora chamava-me burro, os meus colegas queriam bater-me. Assim sendo, fiquei sempre dentro do pavilhão. No 5.º ano, no primeiro dia ao falar para me apresentar, a professora levou-me à minha mãe e disse: “O seu filho é um génio.” A minha mãe achou que era muito cedo para eu ir para a universidade, mas a professora insistia. Cansada, revelou. Nunca cheguei a perceber para que é que a matéria servia, se eu era bom a desenhar. Até nos nossos dias de trabalho achava a escola inútil, por nada do que aprendi me ter servido à sua prestação. Acho que aprender é bom, mas deve ser para algo que queiramos seguir. No meu bairro, havia muitos amigos de rua, e o Mário era um deles. Num dia, veio com um poema para ver a minha opinião. E disse: “Tenho aqui um poema do Shakespeare que fiz para os amigos: mexe a pera.” Mas o poema era dele, foi ele quem o escreveu para a namorada. E eu, ao lê-lo, achei uma indisposição. E fui para casa tentar escrever algo que escrevo até aos dias de hoje. A pintura também apareceu na minha vida de forma interessante. Convidaram-me para trabalhar num sítio como serralheiro, a minha primeira profissão. E nunca houve trabalho. Fui ver um colega e, mais tarde, meu mestre. À hora de almoço, pintava, a imitá-lo, e eles viram que tinha jeito, e continuei progressivamente a pintar. Até aos dias de hoje, pinto. A vida domina-me. Mas fui sempre assim: uma memória do passado. Luto para ser feliz. E, desamparado, venço as batalhas com talento. Estive sempre a trabalhar em coisas para as quais não tenho talento, e aos 25 anos fui parar ao Telhal, por loucura, digo eu. E, mais tarde, ao Júlio de Matos, por ser mais perto da minha casa. Lá continuei a pintar até aos dias de hoje. A escrita acomodava-se na minha mente. Gosto de escrever. Mas nunca cheguei a publicar, embora tenha tentado várias vezes, sem sucesso. A minha alma sobreviveu à esquizofrenia — é uma luta diária que compõe a minha vida. Por vínculo para com a sabedoria, pois nunca cheguei a usar os meus talentos. Mas gostava, só que já é tarde. A reforma já chegou à minha porta, mas continuo a tentar. Nunca se sabe. Alguém pode achar-me talentoso — ou louco.»

Enquanto Ana Lama caminhava pelos jardins, o foco do encontro era a preparação do evento que traria Surya Tüchler a Lisboa.

Esperava captar uma tensão na realidade, algo entre a experiência subjetiva e a autoridade formal das formas que via. A sua prática etnográfica capta a cidade em fluxos de som e opiniões humanas que ouve, mas foge da coerência narrativa — ou tenta não tirar conclusões —, permitindo que o contínuo da ética material se revele.

Perto de Alvalade, encontramos Ana Lama com os olhos semicerrados. Etnógrafa dos sons. Não possuindo cartão de jornalista, a sua prática transformava-a numa observadora intensa: captava opiniões, disputas sobre questões sociais, e sincronizava a voz humana com a matéria inanimada.

A situação estética na atualidade instala-se como um terramoto contínuo.

Ter intuições estéticas equivale a ter opiniões que chegam antes do pensamento, equivale a aceitar um choque imediato cujo eco repercute sobre os outros.

Ter intuições estéticas. Descer a escadaria para este mundo é inalar uma sensibilidade ao invisível; no silêncio, aparecem vozes escondidas, risos nervosos que tentam encobrir a nossa incompreensão de tudo.

Andei, portanto, a gravar. Não por voyeurismo, mas por uma curiosidade ética: microfones e phones nos ouvidos, gravadores no bolso, campo sonoro ampliado, para escutar as estruturas materiais em diálogo — a materialidade que conversava consigo mesma.

Eram gravações ilegais no sentido lúdico do gesto: não para ferir, mas para transgredir o automatismo que nos torna robôs respeitadores de um território fragmentado de intimidades anónimas insensíveis.

Submergi em entrevistas que não chegaram a formalizar-se; trabalhei com a ideia de entrevistar materiais. Superfícies, passos — e percebi que esses sons tinham algo a dizer sobre as políticas contemporâneas e sobre a precariedade do saber. Captava o sofrimento da solidão intelectual dos outros e a massa viva que proclama não haver segredos.

Aplicar o método deontológico a um «jornalista das coisas» — dados, objetos, eventos — é inverter a ética habitual da reportagem. O dever deixa de ser apenas para com as pessoas e passa a estender-se às matérias, às estruturas e às vozes inanimadas que o mundo contém. Tal jornalista deve seguir regras universais, de precisão e verificação, respeitando a integridade daquilo que observa. Sem fabricar nem corromper o real. Mesmo ao lidar com objetos digitais, há um dever de respeito intelectual e de permissão — como se cada fragmento do mundo possuísse o seu próprio direito à privacidade.

A pergunta que se impõe é: o que acontece quando alguém se faz passar por jornalista, mas o seu objeto é o mundo material. Este «jornalista das coisas» é apanhado numa rede de verdades porque vive segundo uma pauta de desaparição: não tem clube nem filiação, nem sequer reflexo. A sua missão é não saber quem é.

Ana vive em casas emprestadas, entre esmolas e afetos temporários, enquanto recolhe fragmentos da realidade. O seu exercício aproxima-se do ascetismo performativo. A deontologia aqui aplicada não é apenas ética, é também estética. O imperativo categórico transforma-se em gesto performativo: agir de modo que a tua escuta possa ser universalizada. O jornalista das coisas abandona a objetividade como neutralidade e substitui-a por uma atenção radical — uma ética da presença que não julga, apenas testemunha.

No final, este «repórter do invisível» encarna a crise contemporânea da verdade: vive entre a verificação, entre o dever e a dissolução do eu. Ser jornalista das coisas é aceitar que o mundo fala — e que a escuta, quando levada ao limite, deixa de ser humana. O fim da arte e o fim da Etnografia Musical confundem-se num mesmo crepúsculo.

Uma entrevista a uma cantadora que nunca chegou a acontecer — a etnomusicóloga perdera o rasto da entrevistada, talvez também o da própria profissão. O colapso do etnomusicólogo coincide com a impossibilidade tecnológica de aceder à verdade: a segurança das grandes figuras, os filtros digitais, o controlo militar da informação — tudo isto criou um abismo entre o acontecimento e a sua narração. Foi nesse contexto que reencontrámos Ana Lama, perdida em Lisboa.

Parecia um saco ao vento, arrastado pela cidade deserta, captando sons. O fim da arte sonora, o fim do jornalismo sonoro e o fim da notícia como som confundiam-se num mesmo silêncio. Restava apenas a divulgação como arte do que não iria acontecer; a pauta, na sua totalidade. Esta pauta estava acabada e era perfeita. A sua promoção era o seu último gesto poético.

Voltando à performance que estamos a divulgar e que irá acontecer no sábado, dia 25 outubro, no Pavilhão 31.

A performance «DrinSein /EstarDentro», de Surya Tüchler, evoca talvez o inconsciente ligado às forças da natureza e às transmutações que se transformam também em cosmovisões — a criação de um fenómeno de metamorfose, utilizando matéria orgânica: folhas, troncos secos, partes de vegetação, mas também a estatiticidade. A estaticidade é usada para criar uma máscara-corpo que contrasta com o hipermovimento humanizado.

As suas performances podem ter características animistas, ligadas a um imaginário mítico, mas também podem ser interpretadas como um processo de ecocrítica. O delicado equilíbrio nas relações entre humanos e outros seres, o abeirar do apocalipse pode ser evocado, talvez.

A questão do animismo na obra de Surya Tüchler não é assumida explicitamente pela artista, mas surge de forma próxima à abordagem presente em Ana Mendieta. Earth Body: Sculpture and Performance 1972–1985, de Olga M. Viso. Tal como Viso relaciona a obra de Mendieta com o animismo, também em Tüchler essa dimensão parece essencial.

Ainda neste sentido, a função da arte de Surya Tüchler parece renovar e questionar se faz sentido um retorno ao Animismo no universo da performance e da arte contemporânea.

Na performance, vamos perceber a biometria dos corpos e dos antigos ritos. Uma possível relação com a vitalidade da matéria que poderá ser um corpo inerte. Será que nesta performance existirá uma transformação de objetos em sujeitos.

As suas propostas de ação implicam, muitas vezes, uma relação física com os lugares e os materiais que compõem um determinado espaço. Surya recorre a materiais naturais, cobre-se com eles e cria máscaras; o seu corpo expande-se nos espaços como uma camuflagem, tornando-se espaço e corpo. Um só.

Evoca o arcaico e o ritualístico, cria imagens animalizantes. A intensidade física e o esquecimento de si própria geram uma sensação de oculto, de misterioso e de secreto.

Entrada livre
M/16
_________________________

PERFORMANCE: Surya Tüchler

CURADORIA: Nuno Oliveira e Margarida Chambel

COCRIAÇÃO DO TEXTO: Emídio Aboobacar

REVISÃO DE TEXTO: Joaquim E. Oliveira

TRADUÇÃO: Maia Horta

ORGANIZAÇÃO: P28 – Associação de Desenvolvimento Criativo e Artístico

APOIO: República Portuguesa – Cultura / Direção-Geral das Artes; República Portuguesa – Saúde / ULS de São José; Câmara Municipal de Lisboa; Pólo Cultural das Gaivotas.


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