O Triplo Concerto de Beethoven foi tocado pela primeira vez num ambiente de experimentação, em 1804, na residência do Príncipe Lobkowitz. Na vez do ímpeto arrojado da Sinfonia Heroica – estreada da mesma ocasião –, era uma partitura repleta de subtilezas em que se destacava a dificuldade técnica colocada aos intérpretes para garantirem o equilíbrio entre as partes: o violino, o violoncelo, o piano e a orquestra. Este foi um dos inúmeros aspetos que inspiraram Miguel Azguime para compor, também ele, um Triplo Concerto; no caso, substituindo o violoncelo pelo clarinete. Respondia assim em dezembro de 2020 a uma encomenda da Fundação CCB destinada a celebrar o 250.º aniversário do nascimento do músico alemão, num concerto que também contou com a direção musical do maestro Pedro Neves. Azguime subiu então ao palco e acrescentou palavras como estas: «Sempre me fascinou em Beethoven a sua capacidade de invenção, incansável, e tantas vezes a partir dos materiais mais simples […] A afirmação vigorosa da individualidade e a sua originalidade musical, a primazia da liberdade criativa.» Os dois Triplos Concertos voltam a encontrar-se, agora no encerramento de mais uma edição de um dos festivais de música com maior longevidade no nosso país, o Festival Música Viva.
Concerto de Encerramento do Festival Música Viva
Orquestra Metropolitana de Lisboa
Miguel Azguime
Triplo Concerto para Clarinete, Violoncelo, Piano e Orquestra de Cordas
L. v. Beethoven
Triplo Concerto para Violino, Violoncelo, Piano e Orquestra
Nuno Pinto | clarinete
Vítor Vieira | violino
Filipe Quaresma | violoncelo
Elsa Silva | piano
Pedro Neves | maestro
Uma parceria Metropolitana / Miso Music Portugal
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